NO EGITO PASSADO, PRESENTE E FUTURO No Antigo Egito, o tempo e a temporalidade podiam ser concebidos de acordo com 3 maneiras de percebê-lo: um tempo cíclico – repetitivo -, um tempo linear – sempre pensando no futuro – e um tempo fixo – a eternidade. A concepção cíclica derivava da observação do egípcio diante dos fenômenos e os eventos naturais, sua percepção diante daquilo que ocorria independente de sua atuação ou participação. “O percurso regular e repetitivo do Sol, (...) da Lua e das estrelas, (...) remetem a medidas temporais constantes – anos, meses, dias (...)-, bem como à sucessão das estações do ano. Todos esses decursos de tempo foram impostos ao ser humano, mesmo que ele tenha aprendido interpretá-los e, sobretudo, a calculá-los graças a realizações culturais e intelectuais” (KOSELLECK, 2014:10). Dessa forma, ele pôde administrar a agricultura, as enchentes do rio Nilo, identificar e conceber o período de 12 horas diurnas e 12 horas noturnas, tudo baseado na sua observação e percepção disposto pelo seu ambiente. Consequentemente, herdamos dos antigos o calendário dividido em 12 meses, cada mês com 30 dias, com um período de 24 horas – 12 durante o dia e 12 durante a noite -. Também nos posicionamos semelhantemente no que diz respeito ao entender que o período do dia é dedicado ao trabalho (não que hoje o período noturno também não seja, mas a frequência é menor) enquanto que à noite é reservada o descanso, repouso para mais um dia de trabalho, ou seja, uma atividade que se repete imperceptível. As estações do ano, no Antigo Egito, eram estipuladas de acordo com épocas da inundação, das sementeiras e da colheita, que não por coincidência, correspondia às épocas de germinação, crescimento e morte das plantas. Igualmente, hoje, também subdividimos o ano em estações de acordo com a proximidade do Sol no nosso hemisfério. Também adotamos marcar início e fim de períodos com festas litúrgicas, festas comemorativas que pontuam o recomeço de um outro ciclo de vida individual ou coletiva “Na cultura popular europeia tradicional, o tipo de cenário mais importante era a festa: (...) festas anuais comuns a muitos europeus como Páscoa, (...) Solstício de Verão (...) e por fim o Carnaval” (BURKE, 2010:243). Para os egípcios, tratava-se de renovação de votos com seus mitos, com rituais em templos ou procissões que abriam espaço para o reenlace com sua divindade. Era o momento de recomeço, renascimento, regeneração com o cósmico. As festas faziam parte daquela rotina de maneira a demonstrar sua importância para a vida coletiva e individual, fato que se estendeu até os dias de hoje “Discutir festas é necessariamente discutir rituais. “Ritual” é um termo de difícil definição; (...) ele se referirá ao uso da ação para expressar significados, em oposição às ações mais utilitárias e também à expressão de significados através de palavras ou imagens” (BURKE, 2010:245). Havia a separação entre o sagrado e o profano entre eles, o mesmo vemos na contemporaneidade, que passou pelas idades Média e Moderna “O carnaval possui um caráter universal, estado peculiar do mundo: o seu renascimento e a sua renovação, dos quais participa cada indivíduo” (BAKHTIN, 2002:6). Ou seja, a marcação do tempo para definir o recomeço de um novo período é um traço antigo que chegou até os dias de hoje em nossa sociedade. (...)
Fabiano Pio da Silva Referencias: BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais. São Paulo: HUCITEC. 2002. 5ª edição. BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: companhia das Letras, 2010. KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
(...) Quanto ao tempo linear, o egípcio concebia o início de tudo a partir da “Primeira Vez”, ou seja, partindo-se do nada, do zero, o mundo foi criado e surgiu, assim, tudo que estaria presente sobre a terra. Essa visão cósmica de formação do universo levava o egípcio a pensar no tempo como se caminhando para frente, em uma perspectiva de futuro, uma linha reta em projeção sem fim. “A curiosidade do ser humano alcança também as esferas que antigamente eram ocupadas por mitos, lendas e padrões interpretativos religiosos, que falam do início ou do fim de toda a história. A tríade Antiguidade – Idade Média – Modernidade também possui inúmeras analogias míticas e teológicas” (KOSELLECK, 2014:270). Dessa maneira, também semelhante ao que se encontra na Bíblia – A Gênesis -, a explicação para o aparecimento do mundo, saído do caos, das trevas, era baseada em mitos ou lendas. Embora os ritos e rituais falassem sobre o passado, de maneira a não o esquecer, a projeção para o futuro era quem os movimentavam, dando sentido as suas realizações. Para a sociedade do Antigo Egito, a vida terrena se iniciava com o nascimento e terminava com a morte do indivíduo, dando inicio a sua vida pós-morte, renascendo no Além, e de lá seria eterno. Diversas religiões, até hoje, apresentam a mesma concepção, quando dizem que vivemos e, após a morte, iremos para outro lugar, seja o paraíso, inferno, purgatório, céu, outros níveis espirituais. Nessa trajetória do indivíduo, os egípcios tinham a ideia de “aposentadoria” quando se chegasse a determinada idade, pois o corpo já estaria desgastado com o tempo e suas faculdades estariam debilitadas para exercer determinadas atividades. A questão do envelhecimento trazia consigo a ideia de experiencia e sabedoria. Os de idade avançada eram respeitados, conselheiros, aqueles que poderiam orientar aos mais jovens em sua vida. Isso também é visto em muitos países, especialmente nos do Oriente, onde anciões são venerados e respeitados em sua família e na própria sociedade. Por fim, a concepção de tempo imóvel ou estacionário do egípcio dizia a respeito a sua morada após a morte. Nos templos funerário, a eternidade estava lá. Toda aquela preparação para a vida no Além e os rituais de mumificação serviam para o egípcio renascer em outro lugar e de lá viver eternamente, uma vida não mais terrena, mas etérea. No além, o tempo não tem marcação de passado, presente ou futuro, sempre é aquele momento. Assim, o ser adquire qualidade e energia dos deuses, mesmo não os sendo, não temendo a morte, mas sim, se preparando para recebê-la e viver quando lá chegasse. Em um comparativo com as sociedades atuais, muitas pensam da mesma forma, acreditam que, ao morrer nesta vida, em outra irá renascer e lá terá sua eternidade, sendo cultuadas na vida terrena por aqueles que aqui ficaram. Entre os africanos, por exemplo, há o culto à ancestralidade, na qual fica em evidência essa forma de pensar. Em outras sociedades, vê-se as catacumbas familiares, em que os entes da mesma família “descansam” quando morrem, sendo cuidados por aqueles que ficam ainda em vida. Não seria o apreço pela vida após a morte, em uma expectativa de também encontrar aqueles que se foram antes? Isso é uma resposta individual que cada um terá um dia.
Fabiano Pio da Silva Referencias: BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais. São Paulo: HUCITEC. 2002. 5ª edição. BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: companhia das Letras, 2010. KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
O Egito Antigo, no contexto de história e memória, se caracteriza por sua variedade de cultura e civilizações que apresentam características bem peculiares, sua civilização se faz presente na história do desenvolvimento Europeu, no Oriente Médio e na Península da Arábia. As construções de pirâmides como a do Vale do Gizé e a escrita hieroglífica são até os tempos atuais estudados por grandes pesquisadores, historiadores e especialistas. As pirâmides perpassaram por muitos momentos históricos, como a batalha de Napoleão Bonaparte travada próximo a elas nos fins do século XVIII. Algumas festas como o carnaval também é de cultura egípcia, originário dos cultos à deusa Ísis que aconteciam nos períodos de plantio ou de colheita, na abertura de um novo ciclo anual. Uma característica de mais antigo no Egito está relacionada às suas crenças, ou seja, a adoração do deu sol, a presença de referências a divindades em monumentos como o obelisco que é símbolo ao culto do deus sol. A esfinge também está incluída nesse contexto, que na cultura egípcia, a esfinge é uma criatura descrita como um leão divino com cabeça humana que simboliza o poder soberano, o sol, o Faraó e a realeza. Muito utilizada para guardar palácios, túmulos e estradas sagradas, a Esfinge mais famosa está localizada no continente africano, no planalto de Gizé, no Egito, uma estátua construída a 3 mil anos antes de cristo sendo considerada a maior estátua esculpida em uma pedra que possui 57 metros de comprimento, 6 de largura e 20 de altura. Provavelmente importada da cultura grega, o rosto da Esfinge contempla o ponto onde o sol nasce simbolizando, dessa forma, a guardiã das entradas. É portanto, o Rei e o Deus Solar, o que de certa forma, o aproxima das características do próprio felino na natureza, o leão, o Rei das Selvas.
Referências: Egiptomania. BAKOS, Margaret, Paris Editorial. 2004.
Desde o princípio do texto José das Caldeiras deixa claro o objetivo de comparar a concepção de tempo no Egito Antigo com a concepção moderna que Santo Agostinho nos traz na sua afirmativa transcrita para o artigo. O que esse trecho nos traz é a concepção de que só sabemos o que é o tempo se não somos questionados, pois senão caímos em uma grande dúvida metafísica. No antigo Egito haviam algumas concepções sobre o tempo: a cíclica, linear e a imóvel ou estacionária. A concepção cíclica trata de uma série de ritmos naturais, externos ao do homem e da mulher, esse tempo marca basicamente a sucessão dos dias e das noites “pela absoluta igualdade das horas do dia e das horas da noite (12 horas cada ciclo), os Egípcios demonstravam que tinham plena consciência da equiparação e equivalência” do tempo, “O fenómeno anual da inundação era outro momento-chave da concepção cíclica de tempo vigente entre os antigos Egípcios. Nos meses de Estio, a inundação do Nilo trazia vida e esperança aos habitantes do vale.” A concepção linear quando aplicada ao cosmos faz de cada dia uma repetição ativa, como se diariamente estivéssemos tendo uma primeira experiência, isso se embasa na ideia de que o sol transformou o caos em cosmos, “Para regular o funcionamento do universo tornou-se imprescindível que na sociedade humana se estabelecessem ritos e rituais que deviam ser continuamente observados para evitar o regresso às origens pré-maéticas.”. Mas, quando aplicada ao indivíduo se relaciona com a duração da existência terrestre do ser humano, é basicamente a ideia de que somos concebidos, nascemos, crescemos, envelhecemos e inevitavelmente morremos. “O tempo linear é, pois, uma percepção que nasce da auto-consciência individual (tempo individual) e das relações interpessoais esboçadas e vividas em sociedade (tempos sociais) e é um processo de desgaste em que o indivíduo, além de «estar no mundo», está «com o mundo» (com os outros).” A concepção imóvel ou estacionária nos traz o sistema de vida do Além, isto é, onde não há passado nem futuro, tudo é um eterno presente, “É como se o indivíduo estivesse «fora do mundo».” Portanto, a vida terrena, para os Egípcios era como uma etapa preparatória para a vida eterna, onde só haveria elementos agradáveis e prazerosos, descartando a tristeza, o envelhecimento, a miséria e a dor. “Os Egípcios acreditavam que era possível vencer o tempo. A eternidade egípcia representa a infinitude do tempo, livre de toda e qualquer contingência limitativa.” Assim como no Egito Antigo a sociedade do século XXI ainda permanece com muitas perspectivas de mundo - e de tempo - parecidas, como a concepção religiosa da vida eterna, muito presente ainda na Igreja Católica, por exemplo.
Bibliografia: BUDGE, E. W. As idéias dos egípcios sobre a vida futura. São Paulo: Madras, 2012. PEREIRA, Matheus H. F. Reconfigurações do tempo histórico. Presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital. Belo Horizonte: Rev. UFMG, v. 23, n.1 e 2, dez 2016 KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
No texto “Concepção e percepção de tempo e de temporalidade no Egito Antigo”, José das Candeias Sales remete o leitor a a questões ainda amplamente discutidas e, que tornam o Egito tão atual, isto é, os debates em torno das questões da temporalidade. Contudo, nesse mesmo texto, Sales (2013), também demonstra que essa questão da da temporalidade no Egito antigo revela que traços antigos dessa cultura também permeiam as culturas modernas. Para Koselleck (2014), o relógio biológico inserido em nossos corpos molda a temporalidade da existência. Para Rojas (2003), busca-se em Fernand Braudel, um conjunto de explicações que auxiliam a entender as pressões e desafios que são exercidas sobre as sociedades e, dessa forma chegar a conclusões de como estas elaboram estratégias de resposta. Koselleck (2014) afirma que decursos temporais, quer dizer, os dias, as noites, as estações do ano, foram impostas aos serem humanos e interpretá-los e calculá-los é o resultado de realizações culturais e intelectuais. Dessa forma, em resposta às pressões e desafios interpostos à sociedade egípcia, esta desenvolveu um aparato interpretativo dos decursos temporais, que de acordo com Sales (2013) envolvia três condições temporais: a Concepção Cíclica; a Concepção Linear; e a Concepção Imóvel ou Estacionária. De acordo com Sales (2013) estas podem ser trabalhadas de maneira integrada ou parcelar. Como afirma Sales (2013), a concepção cíclica estava atrelada a condição de repetição periódica, à “sucessão/alternância do dia e da noite” (Sales, 2013, p. 3) e sujeitava o homem ao ritmo natural da sua existência, ditando a vida religiosa, social e econômica. A concepção linear liga-se àperccepção de gênese, ou como explica Sales (2013), da ideia que uma vez dada a criação, cada dia representará uma repetição ativa em direção ao futuro e o passado se constitui de uma constante ação de construção e reinterpretação desse tempo linear. Por sua vez, a concepção imóvel, de acordo com Sales (2103) está ligada ao ciclo de vida extraterrena, ou seja, ligada à noção de eternidade, onde o tempo é um eterno presente, sem a existência de passado ou futuro. Verifica-se então que, em termos da discussão da temporalidade, o Egito antigo possui traços considerado bastante atuais, pois em resposta às pressões colocadas sobre a toda e qualquer sociedade, estas elaboram e reelaboram suas estratégias de resposta afim de garantir sua perpetuação através do tempo. Para Foucault (2014), um regime de verdade baseia-se num conjunto de procedimentos e instituições, pelos quais os indivíduos se sentem compelidos a realizar determinadas tarefas em certas condições. De acordo com Schmitt (1997), entende-se superstição como um arcabouço de crenças e testemunhos em determinados deuses e eventos. Dessa forma, Sales (2013), ao falar das concepções egípcia de tempo, demonstra que estas se soergueram sobre um conjunto de regras e procedimentos que visavam manter a continuidade de superstições fortemente cunhadas na vida no além e também conectadas ao julgamento dos mortos, o que pode ser considerado uma forma de ascese. Estas questões presentes no Egito antigo acerca da preocupação com a ascese e a salvação no mundo dos mortos são crenças antigas ainda fortemente observadas nas religiões modernas ,tal como as religiões cristãs. AGUIRRE ROJAS, Carlos Antonio. Fernand Braudel e as ciências humanas. Londrina: Eduem, 2003 FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos: curso no Collége de France (1979-1980) / Michel Foucault; tradução Eduardo Brandão. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014. KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre História. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014 SHMITT, Jean-Claude. História das Supertições. Lisboa:Europa América, 1997. KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre História. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014
O presente texto inicia a abordagem tempo e temporalidade a partir do impasse que se apresenta ao tentarmos definir o que é o tempo. No Egito antigo não diferentemente do restante das demais civilizações e atualmente, tempo é algo resultante de um constructo social arraigado de concepções fortemente empíricas, diversas vezes abstratas, mas que agem de maneira a regulamentar variáveis das dinâmicas sociais bastante concretas. As noções de tempo para os egípcios eram atravessadas por pontos de vista distintos, o tempo serial, o periódico e o estático, as quais interagiam e de certa maneira regravam aquela sociedade, bem como até hoje influenciam o modus operante da maioria absoluta das convivências. O veio serial do tempo dialoga com a crença dos tempos da vida humana e suas fases de nascimento, crescimento e falecimento de forma inexorável, juntamente com a constatação das interações inerentes a existência, pois se habita o mundo, estará em dinâmica de relação com os demais habitantes do mesmo mundo pondo em cena constantemente as temporalidades individuais e coletivas também inevitáveis. O prisma periódico é o diretamente relacionado aos aspectos repetitivos naturais exógenos, que ocorrem independentemente das ações individuais e ou coletivas das pessoas que compõe determinada sociedade, as quais nem um pouco secundárias a despeito de formulação de modos de vida e entendimento dela. O entendimento estático trata da questão de uma pós morte que não oferta algo pretérito e nem algo futuro, reserva um permanente presente. Os egípcios como exímios observadores destas três convenções acerca do tempo e temporalidade calcaram suas crenças, seus meios de subsistência e se organizaram com muita primazia no que tange dispor seus legados e talvez de tão entrelaçados as percepções de tempo, tenham como o tempo sido uma das civilizações mais enigmáticas. Deste modo, entendo que o que pode ser apontado como mais atual e dubiamente antigo do Egito é a constante observação do tempo e a ingerência deste no entendimento e exercício da vida e a forte influência religiosa em alguma possibilidade de eternidade. REFERÊNCIAS: KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014. BUDGE, E. W. As idéias dos egípcios sobre a vida futura. São Paulo: Madras, 2012.
Rodrigo da Conceição Reis Telles Matrícula: 201810163511
NO EGITO PASSADO, PRESENTE E FUTURO
ResponderExcluirNo Antigo Egito, o tempo e a temporalidade podiam ser concebidos de acordo com 3 maneiras de percebê-lo: um tempo cíclico – repetitivo -, um tempo linear – sempre pensando no futuro – e um tempo fixo – a eternidade.
A concepção cíclica derivava da observação do egípcio diante dos fenômenos e os eventos naturais, sua percepção diante daquilo que ocorria independente de sua atuação ou participação. “O percurso regular e repetitivo do Sol, (...) da Lua e das estrelas, (...) remetem a medidas temporais constantes – anos, meses, dias (...)-, bem como à sucessão das estações do ano. Todos esses decursos de tempo foram impostos ao ser humano, mesmo que ele tenha aprendido interpretá-los e, sobretudo, a calculá-los graças a realizações culturais e intelectuais” (KOSELLECK, 2014:10). Dessa forma, ele pôde administrar a agricultura, as enchentes do rio Nilo, identificar e conceber o período de 12 horas diurnas e 12 horas noturnas, tudo baseado na sua observação e percepção disposto pelo seu ambiente.
Consequentemente, herdamos dos antigos o calendário dividido em 12 meses, cada mês com 30 dias, com um período de 24 horas – 12 durante o dia e 12 durante a noite -. Também nos posicionamos semelhantemente no que diz respeito ao entender que o período do dia é dedicado ao trabalho (não que hoje o período noturno também não seja, mas a frequência é menor) enquanto que à noite é reservada o descanso, repouso para mais um dia de trabalho, ou seja, uma atividade que se repete imperceptível.
As estações do ano, no Antigo Egito, eram estipuladas de acordo com épocas da inundação, das sementeiras e da colheita, que não por coincidência, correspondia às épocas de germinação, crescimento e morte das plantas. Igualmente, hoje, também subdividimos o ano em estações de acordo com a proximidade do Sol no nosso hemisfério.
Também adotamos marcar início e fim de períodos com festas litúrgicas, festas comemorativas que pontuam o recomeço de um outro ciclo de vida individual ou coletiva “Na cultura popular europeia tradicional, o tipo de cenário mais importante era a festa: (...) festas anuais comuns a muitos europeus como Páscoa, (...) Solstício de Verão (...) e por fim o Carnaval” (BURKE, 2010:243). Para os egípcios, tratava-se de renovação de votos com seus mitos, com rituais em templos ou procissões que abriam espaço para o reenlace com sua divindade. Era o momento de recomeço, renascimento, regeneração com o cósmico. As festas faziam parte daquela rotina de maneira a demonstrar sua importância para a vida coletiva e individual, fato que se estendeu até os dias de hoje “Discutir festas é necessariamente discutir rituais. “Ritual” é um termo de difícil definição; (...) ele se referirá ao uso da ação para expressar significados, em oposição às ações mais utilitárias e também à expressão de significados através de palavras ou imagens” (BURKE, 2010:245). Havia a separação entre o sagrado e o profano entre eles, o mesmo vemos na contemporaneidade, que passou pelas idades Média e Moderna “O carnaval possui um caráter universal, estado peculiar do mundo: o seu renascimento e a sua renovação, dos quais participa cada indivíduo” (BAKHTIN, 2002:6). Ou seja, a marcação do tempo para definir o recomeço de um novo período é um traço antigo que chegou até os dias de hoje em nossa sociedade.
(...)
Fabiano Pio da Silva
Referencias:
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais. São Paulo: HUCITEC. 2002. 5ª edição.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: companhia das Letras, 2010.
KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
(...) Quanto ao tempo linear, o egípcio concebia o início de tudo a partir da “Primeira Vez”, ou seja, partindo-se do nada, do zero, o mundo foi criado e surgiu, assim, tudo que estaria presente sobre a terra. Essa visão cósmica de formação do universo levava o egípcio a pensar no tempo como se caminhando para frente, em uma perspectiva de futuro, uma linha reta em projeção sem fim. “A curiosidade do ser humano alcança também as esferas que antigamente eram ocupadas por mitos, lendas e padrões interpretativos religiosos, que falam do início ou do fim de toda a história. A tríade Antiguidade – Idade Média – Modernidade também possui inúmeras analogias míticas e teológicas” (KOSELLECK, 2014:270). Dessa maneira, também semelhante ao que se encontra na Bíblia – A Gênesis -, a explicação para o aparecimento do mundo, saído do caos, das trevas, era baseada em mitos ou lendas. Embora os ritos e rituais falassem sobre o passado, de maneira a não o esquecer, a projeção para o futuro era quem os movimentavam, dando sentido as suas realizações.
ResponderExcluirPara a sociedade do Antigo Egito, a vida terrena se iniciava com o nascimento e terminava com a morte do indivíduo, dando inicio a sua vida pós-morte, renascendo no Além, e de lá seria eterno. Diversas religiões, até hoje, apresentam a mesma concepção, quando dizem que vivemos e, após a morte, iremos para outro lugar, seja o paraíso, inferno, purgatório, céu, outros níveis espirituais. Nessa trajetória do indivíduo, os egípcios tinham a ideia de “aposentadoria” quando se chegasse a determinada idade, pois o corpo já estaria desgastado com o tempo e suas faculdades estariam debilitadas para exercer determinadas atividades. A questão do envelhecimento trazia consigo a ideia de experiencia e sabedoria. Os de idade avançada eram respeitados, conselheiros, aqueles que poderiam orientar aos mais jovens em sua vida. Isso também é visto em muitos países, especialmente nos do Oriente, onde anciões são venerados e respeitados em sua família e na própria sociedade.
Por fim, a concepção de tempo imóvel ou estacionário do egípcio dizia a respeito a sua morada após a morte. Nos templos funerário, a eternidade estava lá. Toda aquela preparação para a vida no Além e os rituais de mumificação serviam para o egípcio renascer em outro lugar e de lá viver eternamente, uma vida não mais terrena, mas etérea. No além, o tempo não tem marcação de passado, presente ou futuro, sempre é aquele momento. Assim, o ser adquire qualidade e energia dos deuses, mesmo não os sendo, não temendo a morte, mas sim, se preparando para recebê-la e viver quando lá chegasse. Em um comparativo com as sociedades atuais, muitas pensam da mesma forma, acreditam que, ao morrer nesta vida, em outra irá renascer e lá terá sua eternidade, sendo cultuadas na vida terrena por aqueles que aqui ficaram. Entre os africanos, por exemplo, há o culto à ancestralidade, na qual fica em evidência essa forma de pensar. Em outras sociedades, vê-se as catacumbas familiares, em que os entes da mesma família “descansam” quando morrem, sendo cuidados por aqueles que ficam ainda em vida. Não seria o apreço pela vida após a morte, em uma expectativa de também encontrar aqueles que se foram antes? Isso é uma resposta individual que cada um terá um dia.
Fabiano Pio da Silva
Referencias:
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais. São Paulo: HUCITEC. 2002. 5ª edição.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: companhia das Letras, 2010.
KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
O Egito Antigo, no contexto de história e memória, se caracteriza por sua variedade de cultura e civilizações que apresentam características bem peculiares, sua civilização se faz presente na história do desenvolvimento Europeu, no Oriente Médio e na Península da Arábia. As construções de pirâmides como a do Vale do Gizé e a escrita hieroglífica são até os tempos atuais estudados por grandes pesquisadores, historiadores e especialistas. As pirâmides perpassaram por muitos momentos históricos, como a batalha de Napoleão Bonaparte travada próximo a elas nos fins do século XVIII. Algumas festas como o carnaval também é de cultura egípcia, originário dos cultos à deusa Ísis que aconteciam nos períodos de plantio ou de colheita, na abertura de um novo ciclo anual.
ResponderExcluirUma característica de mais antigo no Egito está relacionada às suas crenças, ou seja, a adoração do deu sol, a presença de referências a divindades em monumentos como o obelisco que é símbolo ao culto do deus sol. A esfinge também está incluída nesse contexto, que na cultura egípcia, a esfinge é uma criatura descrita como um leão divino com cabeça humana que simboliza o poder soberano, o sol, o Faraó e a realeza. Muito utilizada para guardar palácios, túmulos e estradas sagradas, a Esfinge mais famosa está localizada no continente africano, no planalto de Gizé, no Egito, uma estátua construída a 3 mil anos antes de cristo sendo considerada a maior estátua esculpida em uma pedra que possui 57 metros de comprimento, 6 de largura e 20 de altura.
Provavelmente importada da cultura grega, o rosto da Esfinge contempla o ponto onde o sol nasce simbolizando, dessa forma, a guardiã das entradas. É portanto, o Rei e o Deus Solar, o que de certa forma, o aproxima das características do próprio felino na natureza, o leão, o Rei das Selvas.
Referências: Egiptomania. BAKOS, Margaret, Paris Editorial. 2004.
https://www.dicionariodesimbolos.com.br/esfinge/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/egito-antigo.htm
MARCOS ALVES SILVA
MATRÍCULA: 201810162911
Desde o princípio do texto José das Caldeiras deixa claro o objetivo de comparar a concepção de tempo no Egito Antigo com a concepção moderna que Santo Agostinho nos traz na sua afirmativa transcrita para o artigo. O que esse trecho nos traz é a concepção de que só sabemos o que é o tempo se não somos questionados, pois senão caímos em uma grande dúvida metafísica.
ResponderExcluirNo antigo Egito haviam algumas concepções sobre o tempo: a cíclica, linear e a imóvel ou estacionária.
A concepção cíclica trata de uma série de ritmos naturais, externos ao do homem e da mulher, esse tempo marca basicamente a sucessão dos dias e das noites “pela absoluta igualdade das horas do dia e das horas da noite (12 horas cada ciclo), os Egípcios demonstravam que tinham plena consciência da equiparação e equivalência” do tempo, “O fenómeno anual da inundação era outro momento-chave da concepção cíclica de tempo vigente entre os antigos Egípcios. Nos meses de Estio, a inundação do Nilo trazia vida e esperança aos habitantes do vale.”
A concepção linear quando aplicada ao cosmos faz de cada dia uma repetição ativa, como se diariamente estivéssemos tendo uma primeira experiência, isso se embasa na ideia de que o sol transformou o caos em cosmos, “Para regular o funcionamento do universo tornou-se imprescindível que na sociedade humana se estabelecessem ritos e rituais que deviam ser continuamente observados para evitar o regresso às origens pré-maéticas.”. Mas, quando aplicada ao indivíduo se relaciona com a duração da existência terrestre do ser humano, é basicamente a ideia de que somos concebidos, nascemos, crescemos, envelhecemos e inevitavelmente morremos. “O tempo linear é, pois, uma percepção que nasce da auto-consciência individual (tempo individual) e das relações interpessoais esboçadas e vividas em sociedade (tempos sociais) e é um processo de desgaste em que o indivíduo, além de «estar no mundo», está «com o mundo» (com os outros).”
A concepção imóvel ou estacionária nos traz o sistema de vida do Além, isto é, onde não há passado nem futuro, tudo é um eterno presente, “É como se o indivíduo estivesse «fora do
mundo».”
Portanto, a vida terrena, para os Egípcios era como uma etapa preparatória para a vida eterna, onde só haveria elementos agradáveis e prazerosos, descartando a tristeza, o envelhecimento, a miséria e a dor. “Os Egípcios acreditavam que era possível vencer o tempo. A eternidade egípcia representa a infinitude do tempo, livre de toda e qualquer contingência limitativa.”
Assim como no Egito Antigo a sociedade do século XXI ainda permanece com muitas perspectivas de mundo - e de tempo - parecidas, como a concepção religiosa da vida eterna, muito presente ainda na Igreja Católica, por exemplo.
Bibliografia:
BUDGE, E. W. As idéias dos egípcios sobre a vida futura. São Paulo: Madras, 2012.
PEREIRA, Matheus H. F. Reconfigurações do tempo histórico. Presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital. Belo Horizonte: Rev. UFMG, v. 23, n.1 e 2, dez 2016
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
Nome: Júlia Reis Couto
Matrícula: 201810164811
No texto “Concepção e percepção de tempo e de temporalidade no Egito Antigo”, José das Candeias Sales remete o leitor a a questões ainda amplamente discutidas e, que tornam o Egito tão atual, isto é, os debates em torno das questões da temporalidade. Contudo, nesse mesmo texto, Sales (2013), também demonstra que essa questão da da temporalidade no Egito antigo revela que traços antigos dessa cultura também permeiam as culturas modernas.
ResponderExcluirPara Koselleck (2014), o relógio biológico inserido em nossos corpos molda a temporalidade da existência. Para Rojas (2003), busca-se em Fernand Braudel, um conjunto de explicações que auxiliam a entender as pressões e desafios que são exercidas sobre as sociedades e, dessa forma chegar a conclusões de como estas elaboram estratégias de resposta. Koselleck (2014) afirma que decursos temporais, quer dizer, os dias, as noites, as estações do ano, foram impostas aos serem humanos e interpretá-los e calculá-los é o resultado de realizações culturais e intelectuais. Dessa forma, em resposta às pressões e desafios interpostos à sociedade egípcia, esta desenvolveu um aparato interpretativo dos decursos temporais, que de acordo com Sales (2013) envolvia três condições temporais: a Concepção Cíclica; a Concepção Linear; e a Concepção Imóvel ou Estacionária. De acordo com Sales (2013) estas podem ser trabalhadas de maneira integrada ou parcelar.
Como afirma Sales (2013), a concepção cíclica estava atrelada a condição de repetição periódica, à “sucessão/alternância do dia e da noite” (Sales, 2013, p. 3) e sujeitava o homem ao ritmo natural da sua existência, ditando a vida religiosa, social e econômica. A concepção linear liga-se àperccepção de gênese, ou como explica Sales (2013), da ideia que uma vez dada a criação, cada dia representará uma repetição ativa em direção ao futuro e o passado se constitui de uma constante ação de construção e reinterpretação desse tempo linear. Por sua vez, a concepção imóvel, de acordo com Sales (2103) está ligada ao ciclo de vida extraterrena, ou seja, ligada à noção de eternidade, onde o tempo é um eterno presente, sem a existência de passado ou futuro. Verifica-se então que, em termos da discussão da temporalidade, o Egito antigo possui traços considerado bastante atuais, pois em resposta às pressões colocadas sobre a toda e qualquer sociedade, estas elaboram e reelaboram suas estratégias de resposta afim de garantir sua perpetuação através do tempo.
Para Foucault (2014), um regime de verdade baseia-se num conjunto de procedimentos e instituições, pelos quais os indivíduos se sentem compelidos a realizar determinadas tarefas em certas condições. De acordo com Schmitt (1997), entende-se superstição como um arcabouço de crenças e testemunhos em determinados deuses e eventos. Dessa forma, Sales (2013), ao falar das concepções egípcia de tempo, demonstra que estas se soergueram sobre um conjunto de regras e procedimentos que visavam manter a continuidade de superstições fortemente cunhadas na vida no além e também conectadas ao julgamento dos mortos, o que pode ser considerado uma forma de ascese. Estas questões presentes no Egito antigo acerca da preocupação com a ascese e a salvação no mundo dos mortos são crenças antigas ainda fortemente observadas nas religiões modernas ,tal como as religiões cristãs.
AGUIRRE ROJAS, Carlos Antonio. Fernand Braudel e as ciências humanas. Londrina: Eduem, 2003
FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos: curso no Collége de France (1979-1980) / Michel Foucault; tradução Eduardo Brandão. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014.
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre História. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014
SHMITT, Jean-Claude. História das Supertições. Lisboa:Europa América, 1997.
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre História. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014
O presente texto inicia a abordagem tempo e temporalidade a partir do impasse que se apresenta ao tentarmos definir o que é o tempo. No Egito antigo não diferentemente do restante das demais civilizações e atualmente, tempo é algo resultante de um constructo social arraigado de concepções fortemente empíricas, diversas vezes abstratas, mas que agem de maneira a regulamentar variáveis das dinâmicas sociais bastante concretas.
ResponderExcluirAs noções de tempo para os egípcios eram atravessadas por pontos de vista distintos, o tempo serial, o periódico e o estático, as quais interagiam e de certa maneira regravam aquela sociedade, bem como até hoje influenciam o modus operante da maioria absoluta das convivências.
O veio serial do tempo dialoga com a crença dos tempos da vida humana e suas fases de nascimento, crescimento e falecimento de forma inexorável, juntamente com a constatação das interações inerentes a existência, pois se habita o mundo, estará em dinâmica de relação com os demais habitantes do mesmo mundo pondo em cena constantemente as temporalidades individuais e coletivas também inevitáveis.
O prisma periódico é o diretamente relacionado aos aspectos repetitivos naturais exógenos, que ocorrem independentemente das ações individuais e ou coletivas das pessoas que compõe determinada sociedade, as quais nem um pouco secundárias a despeito de formulação de modos de vida e entendimento dela.
O entendimento estático trata da questão de uma pós morte que não oferta algo pretérito e nem algo futuro, reserva um permanente presente.
Os egípcios como exímios observadores destas três convenções acerca do tempo e temporalidade calcaram suas crenças, seus meios de subsistência e se organizaram com muita primazia no que tange dispor seus legados e talvez de tão entrelaçados as percepções de tempo, tenham como o tempo sido uma das civilizações mais enigmáticas.
Deste modo, entendo que o que pode ser apontado como mais atual e dubiamente antigo do Egito é a constante observação do tempo e a ingerência deste no entendimento e exercício da vida e a forte influência religiosa em alguma possibilidade de eternidade.
REFERÊNCIAS:
KOSELLECK, Reinhart. “Introdução”; “Estratos do tempo” e “Os tempos da historiografia”. In: Estratos do tempo. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
BUDGE, E. W. As idéias dos egípcios sobre a vida futura. São Paulo: Madras, 2012.
Rodrigo da Conceição Reis Telles
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