Segundo Flávia G.Tatsch, a religião persa era o zoroastrismo concebida por Zaratustra ou Zoroastro, como era chamado pelos gregos, e se baseava na crença da dualidade e do livre arbítrio. Assim, conforme Zoroastro, o mundo vivia em meio a uma disputa entre forças do bem e do mal e o homem tinha o livre arbítrio para escolher entre elas. Inicialmente está proposta não foi bem recebida e Zoroastro fugiu até encontrar e converter dois reis , que o ajudariam a disseminar a sua crença protegendo-o. É interessante dizer que esta crença antiga influenciou outras crenças modernas monoteístas como o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. A ideia de um Deus único começa então a tomar forma bem antes do nascimento de Cristo. E, suas ideias lembram sem sombra de dúvida, a disputa entre o bem e o mal cristão, a salvação da alma, e o fim dos tempos, que no cristianismo é descrito no Apocalipse. Zoroastro trazia para a humanidade a responsabilidade por seus atos, o homem deixa de ser uma marionete nas mãos dos Deuses para ser responsável por seu atos e palavras. O resultado seria visto numa balança que o levaria, ou não, em direção a salvação de sua alma no fim dos tempos (havia também a concepção de paraíso e inferno). Até a ressuscitação dos bons foi descrita por Zoroastro e, embora inicialmente a mesma não pregasse um ritual, na medida que o tempo avança e com o aumento dos fiéis surgem as orações na frente do fogo sagrado e o atar e desatar de nós do cordão sagrado. No Cristianismo e no Islamismo também temos cordões sagrados ,o Masbaha é usado por muçulmanos, os cristãos chamam de terço ou rosário, e os budistas o chamam de mala. Do Apogeu com a ascensão do Império Persa que, embora praticassem a tolerância religiosa elevaram Zoroastrismo privilegiando-o, ao número bastante reduzido de adeptos, o culto a Zoroastro ainda sobrevive. Então posso dizer que o que havia de mais moderno na religião dos persas era a concepção de livro arbítrio e o julgamento individual baseado na ética de cada um, e o que há de mais persa nas religiões modernas é o dualismo de forças, a luta pela alma Humana, a disputa entre o bem e o mal.
As duas perguntas convergem, a meu ver, para a mesma resposta. O que havia de mais atual na religiosidade persa, através das ideias de Zaratrusta, é exatamente o que remanesce até hoje em algumas religiões atuais, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo: a ideia de um deus único, seguida dos conceitos de o homem possuir livre-arbítrio em suas ações e, consequentemente, passar por um julgamento individual de acordo com seus próprios atos, que o conduziria ao paraíso ou ao inferno. A religião monoteísta introduzida por Zaratrusta, ou Zoroastro, como chamavam os gregos, era grande novidade para o povo persa, que era politeísta. Em razão disto, Zoroastro foi perseguido e só teve suas ideias difundidas a partir da conversão do rei Vishtaspa e da rainha Hutaosa, que lhe apoiaram em meio à perseguição. Com a disseminação da doutrina, alguns ritos devotados aos deuses antigos foram incorporados na nova prática. Vemos um exemplo disto na descrição da personagem Persépolis¹, logo no início de sua narrativa, ao se lembrar, durante a revolução iraniana, do prazer que sentia em celebrar a festa do fogo zoroastrista (SATRAPI, 2007). O quadrinho também ilustra os princípios do pensamento de Zaratrusta: Bom comportamento, boas palavras, boas ações.
Flávia Cavalcanti da Silva Villa Lobos
¹SATRAPI, Marjane.Persépolis.Companhia das Letras, São Paulo, 2007.
Os persas possuíam um plano religioso que se diferenciava por ser uma religião até hoje praticada em diversas partes do mundo: o zoroastrismo, suas comunidade contemporâneas zoroastrianas existente no mundo pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos. o fundador da religião foi Zoroastro, de onde surgiu o nome da religião, o seu livro sagrada era a Avesta, foi considerada por alguns acadêmicos como a primeira manifestação de um monoteísmo ético . De acordo com os princípios básicos do zoroastrismo, existem duas forças em constante luta: o bem e o mal. O deus do bem é Ormuz, que não é representado por imagens e tem como símbolo o fogo; o deus do mal é Arimã, representado por uma serpente, o que se assemelha muito com o cristianismo. Outra grande semelhança entre o cristianismo e o zoroastrismo é a ideia de amor ao próximo, vemos duas passagens uma de Zoroastro e outra da bíblia católica “O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia obter com mil orações sem nada fazer. Age como gostarias que agissem contigo.”(Zoroastro) “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.”(1 João 3:17, 18). Entre as religiões as proximidades que também podem ser observadas é a ideia de um juízo final , possui a concepção de um bem que vencerá o mal no final, também pode ser observada a ideia de que aos bons estaria reservado um paraíso, uma vida eterna, muito semelhante a passagem do apocalipse presente na bíblia. Como podemos observar muitos dos fundamentos e valores da religião presente na pérsia acabaram servindo de influência para outras religiões, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo Muitas das ideias da crença persa estão muito presentes em diversas religiões atuais, o que a torna ela uma prática tão moderna quanto qualquer uma por seus ideias serem extremamente atuais, semelhantes as duas maiores religiões existentes no mundo, o cristianismo e o islamismo Nome: Camila de Freitas Barcellos Bibliografia: BAUSANI, Alessandro - "Lo Zoroastrismo" in Le Grandi Religioni, dir. Angelo Solmi, Volume VI. Milão: Rizzoli Editore, 1964. BOYCE, Mary - Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices. New York: Routledge, 2002.. SMART, Ninian - The World's Religions. Cambridge University Press, 1998.
Segundo Flávia G.Tatsch, a religião persa era o zoroastrismo concebida por Zaratustra ou Zoroastro, como era chamado pelos gregos, e se baseava na crença da dualidade e do livre arbítrio. Assim, conforme Zoroastro, o mundo vivia em meio a uma disputa entre forças do bem e do mal e o homem tinha o livre arbítrio para escolher entre elas. Inicialmente está proposta não foi bem recebida e Zoroastro fugiu até encontrar e converter dois reis , que o ajudariam a disseminar a sua crença protegendo-o. É interessante dizer que esta crença antiga influenciou outras crenças modernas monoteístas como o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. A ideia de um Deus único começa então a tomar forma bem antes do nascimento de Cristo. E, suas ideias lembram sem sombra de dúvida, a disputa entre o bem e o mal cristão, a salvação da alma, e o fim dos tempos, que no cristianismo é descrito no Apocalipse.
ResponderExcluirZoroastro trazia para a humanidade a responsabilidade por seus atos, o homem deixa de ser uma marionete nas mãos dos Deuses para ser responsável por seu atos e palavras. O resultado seria visto numa balança que o levaria, ou não, em direção a salvação de sua alma no fim dos tempos (havia também a concepção de paraíso e inferno). Até a ressuscitação dos bons foi descrita por Zoroastro e, embora inicialmente a mesma não pregasse um ritual, na medida que o tempo avança e com o aumento dos fiéis surgem as orações na frente do fogo sagrado e o atar e desatar de nós do cordão sagrado. No Cristianismo e no Islamismo também temos cordões sagrados ,o Masbaha é usado por muçulmanos, os cristãos chamam de terço ou rosário, e os budistas o chamam de mala. Do Apogeu com a ascensão do Império Persa que, embora praticassem a tolerância religiosa elevaram Zoroastrismo privilegiando-o, ao número bastante reduzido de adeptos, o culto a Zoroastro ainda sobrevive. Então posso dizer que o que havia de mais moderno na religião dos persas era a concepção de livro arbítrio e o julgamento individual baseado na ética de cada um, e o que há de mais persa nas religiões modernas é o dualismo de forças, a luta pela alma Humana, a disputa entre o bem e o mal.
Bibliografia:
ExcluirA religião dos Persas
In TATSCH,F.Persas in FUNARI,P.(org)Religiões que o mundo esqueceu.
São Paulo: Contexto 2010
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ResponderExcluirAs duas perguntas convergem, a meu ver, para a mesma resposta. O que havia de mais atual na religiosidade persa, através das ideias de Zaratrusta, é exatamente o que remanesce até hoje em algumas religiões atuais, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo: a ideia de um deus único, seguida dos conceitos de o homem possuir livre-arbítrio em suas ações e, consequentemente, passar por um julgamento individual de acordo com seus próprios atos, que o conduziria ao paraíso ou ao inferno. A religião monoteísta introduzida por Zaratrusta, ou Zoroastro, como chamavam os gregos, era grande novidade para o povo persa, que era politeísta. Em razão disto, Zoroastro foi perseguido e só teve suas ideias difundidas a partir da conversão do rei Vishtaspa e da rainha Hutaosa, que lhe apoiaram em meio à perseguição. Com a disseminação da doutrina, alguns ritos devotados aos deuses antigos foram incorporados na nova prática. Vemos um exemplo disto na descrição da personagem Persépolis¹, logo no início de sua narrativa, ao se lembrar, durante a revolução iraniana, do prazer que sentia em celebrar a festa do fogo zoroastrista (SATRAPI, 2007). O quadrinho também ilustra os princípios do pensamento de Zaratrusta: Bom comportamento, boas palavras, boas ações.
ResponderExcluirFlávia Cavalcanti da Silva Villa Lobos
¹SATRAPI, Marjane.Persépolis.Companhia das Letras, São Paulo, 2007.
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ResponderExcluirOs persas possuíam um plano religioso que se diferenciava por ser uma religião até hoje praticada em diversas partes do mundo: o zoroastrismo, suas comunidade contemporâneas zoroastrianas existente no mundo pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos. o fundador da religião foi Zoroastro, de onde surgiu o nome da religião, o seu livro sagrada era a Avesta, foi considerada por alguns acadêmicos como a primeira manifestação de um monoteísmo ético .
ResponderExcluirDe acordo com os princípios básicos do zoroastrismo, existem duas forças em constante luta: o bem e o mal. O deus do bem é Ormuz, que não é representado por imagens e tem como símbolo o fogo; o deus do mal é Arimã, representado por uma serpente, o que se assemelha muito com o cristianismo. Outra grande semelhança entre o cristianismo e o zoroastrismo é a ideia de amor ao próximo, vemos duas passagens uma de Zoroastro e outra da bíblia católica “O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia obter com mil orações sem nada fazer. Age como gostarias que agissem contigo.”(Zoroastro) “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?
Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.”(1 João 3:17, 18). Entre as religiões as proximidades que também podem ser observadas é a ideia de um juízo final , possui a concepção de um bem que vencerá o mal no final, também pode ser observada a ideia de que aos bons estaria reservado um paraíso, uma vida eterna, muito semelhante a passagem do apocalipse presente na bíblia. Como podemos observar muitos dos fundamentos e valores da religião presente na pérsia acabaram servindo de influência para outras religiões, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo
Muitas das ideias da crença persa estão muito presentes em diversas religiões atuais, o que a torna ela uma prática tão moderna quanto qualquer uma por seus ideias serem extremamente atuais, semelhantes as duas maiores religiões existentes no mundo, o cristianismo e o islamismo
Nome: Camila de Freitas Barcellos
Bibliografia:
BAUSANI, Alessandro - "Lo Zoroastrismo" in Le Grandi Religioni, dir. Angelo Solmi, Volume VI. Milão: Rizzoli Editore, 1964.
BOYCE, Mary - Zoroastrians: Their Religious Beliefs and Practices. New York: Routledge, 2002..
SMART, Ninian - The World's Religions. Cambridge University Press, 1998.