Coincidência ou pura apropriação de antigos mitos? A busca do ser humano para explicar sua existência nos intriga há milênios, e possivelmente motivado por nossa vaidade fica mais fácil aceitar que somos frutos de divindades, logo, seres perfeitos frutod de algo que habita o plano divino. No mundo das ideias existe um ser perfeito que em sua infinita benevolência nos criou com sua imagem e semelhança. Passados milênios ainda não temos a clareza em compreender que é da vida real, dos acontecimentos históricos, da vida objetiva que extrapolamos para a subjetividade e para o mundo das ideias. É interessante ressaltar que os soberanos não eram considerados divinos na mesma proporção quando comparados, por exemplo, com os egípcios. Todavia, estes apresentavam-se como o reflexo dos deuses e que como herança destas civilizações antigas ainda nos dias de hoje temos a religião como ferramenta de opressão e controle social. Na Mesopotâmia a quantidade de Deuses, um panteão de 3600 deuses que representam coisas da vida real, é surpreendente, talvez pela falta de conhecimento e a necessidade de explicar fenômenos naturais, até então inexplicáveis, as explicações vem por meio dos desejos e anseios das divindades. Características como a bondade, perdão além da maldade e punição estão presentes nos deuses e seus desejos e vontades eram manifestos por meio das forças da natureza. Demônios e espíritos também tinham suas atribuições, eram mensageiros das mazelas e desgraças. As cidades eram apadrinhadas por deuses fato este que nos mostra como estes costumes transcende o tempo e a história, podemos verificar que contemporaneamente esta tradição ainda se mantém viva e presente na nossa realidade com nossas cidades e seus padroeiros. Nas cidades poderiam haver vários templos, que eram a residência da sua respectiva divindade, mas em geral apenas uma era elencada como patrono e recebia atenção especial. Peculiarmente chama-nos a atenção o fato de como deuses de menor relevância “trabalham” para os mais importantes, demostrando que até na esfera divina existem estratos e divisão social do trabalho. O ócio de sacerdote em princípio era feito pelo governador da cidade e com o tempo surge a necessidade de que pessoas especializadas tomem conta dos cultos, e neste contexto é claro a divisão social da mesma forma que as divindades. Apenas pessoas oriundas de boas famílias tinham condições de ascender a tal posição. Além da divisão de "classe" existe a divisão de gêneros, mesmo que em dados momentos mulheres ocupem posições masculinas o padrão é a dicotomia. Dentro do sacerdócio existia as divisões de tarefas e os sacerdotes e sacerdotisas eram responsáveis pelo cuidado dos templos e de todas as atribuições e rituais pertinentes. A festa eram em certo ponto um evento para exercício da democracia, onde os direitos dos superiores eram suspensos além da suspensão de qualquer tipo de punição aos trabalhadores, era um momento de celebração à colheita. Cada cidade tinha sua forma de festejar seu padroeiro e suas divindades. Ao analisarmos este texto fica claro como características de uma sociedade que viveu 3000 anos antes de Cristo ainda são presentes e fazer parte na nossa realidade, 5000 anos de diferença e alguns costumes continuam sendo tão atuais. Isto nos mostras que a construção de todas as sociedades, umas mais e outras menos, tem seu fulcro nas sociedades antigas e ratifica a importância do estudo historiográfico das antigas sociedades para entendermos a atual e todas as implicações que causaremos nas futuras.
Francisco Severo - Antiguidade Oriental - 201820481314
Francisco, justamente isso que você comenta no final que buscamos nesse curso: o que há de atual? Isso se manifesta hoje, como? E lembre que precisa indicar uma referência bibliográfica de suporte. ;) abraço André profe
Coincidência ou pura apropriação de antigos mitos? A busca do ser humano para explicar sua existência nos intriga há milênios, e possivelmente motivado por nossa vaidade fica mais fácil aceitar que somos frutos de divindades, logo, seres perfeitos frutos de algo que habita o plano divino. No mundo das ideias existe um ser perfeito que em sua infinita benevolência nos criou com sua imagem e semelhança. Passados milênios ainda não temos a clareza em compreender que é da vida real, dos acontecimentos históricos, da vida objetiva que extrapolamos para a subjetividade e para o mundo das ideias. É interessante ressaltar que os soberanos não eram considerados divinos na mesma proporção quando comparados, por exemplo, com os egípcios. Todavia, estes apresentavam-se como o reflexo dos deuses e que como herança destas civilizações antigas ainda nos dias de hoje temos a religião como ferramenta de opressão e controle social. Na Mesopotâmia a quantidade de Deuses, um panteão de 3600 deuses, representam coisas da vida real e do cotidiano humano. Fato este que nos leva a refletir que talvez a falta de conhecimento científico dos fenômenos naturais os levaram a atribuir tais aos comportamentos e aptidões as divindades. A própria organização do mundo tem seu fulcro nas divindades “Neste processo de arrumação do mundo, mais do que de criação, Marduk estabeleceu as moradas dos deuses, seus pares, e organizou as estrelas emconstelações. As estrelas constituíam as imagens dos deuses.” (CARAMELO, 2006, p. 78). As cidades eram apadrinhadas por deuses fato este que nos mostra como estes costumes transcende o tempo e a história, podemos verificar que contemporaneamente esta tradição ainda se mantém viva e presente na nossa realidade com nossas cidades e seus padroeiros. Nas cidades poderiam haver vários templos, que eram a residência da sua respectiva divindade, mas em geral apenas uma era elencada como patrono e recebia atenção especial. Peculiarmente chama-nos a atenção o fato de como deuses de menor relevância “trabalham” para os mais importantes, demostrando que até na esfera divina existem estratos e divisão social do trabalho. O ócio de sacerdote em princípio era feito pelo governador da cidade e com o tempo surge a necessidade de que pessoas especializadas tomem conta dos cultos, e neste contexto é claro a divisão social da mesma forma que as divindades. Apenas pessoas oriundas de boas famílias tinham condições de ascender a tal posição. Além da divisão de "classe" existe a divisão de gêneros, mesmo que em dados momentos mulheres ocupem posições masculinas o padrão é a dicotomia. Dentro do sacerdócio existia as divisões de tarefas e os sacerdotes e sacerdotisas eram responsáveis pelo cuidado dos templos e de todas as atribuições e rituais pertinentes. A festa eram em certo ponto um evento para exercício da democracia, onde os direitos dos superiores eram suspensos além da suspensão de qualquer tipo de punição aos trabalhadores, era um momento de celebração à colheita. Cada cidade tinha sua forma de festejar seu padroeiro e suas divindades. Ao analisarmos este texto fica claro como características de uma sociedade que viveu 3000 anos antes de Cristo ainda são presentes e fazer parte na nossa realidade, 5000 anos de diferença e alguns costumes continuam sendo tão atuais, como exemplo podemos citar a cidade do Rio de Janeiro na qual a data de celebração de seu “padrinho”, São Sebastião, tem mais significância que a própria data de fundação da cidade . Isto nos mostra que a construção de todas as sociedades, umas mais e outras menos, tem seu fulcro nas sociedades antigas e ratifica a importância do estudo historiográfico das antigas sociedades para entendermos a atual e todas as implicações que causaremos nas futuras. Referência Francisco Caramelo, « Os calendários mesopotâmicos, o culto e as hemerologias », Cultura, Vol. 23 | 2006, 77-88.
Francisco Severo - Antiguidade Oriental - 201820481314
Partindo do conhecimento que as maiores religiões modernas monoteístas possuem uma fonte comum baseadas na experiência e narrativa de Abraão que sai de Ur por orientação divina, como a passagem em Gênesis 15:7 “ Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te esta terra” explica, para Terra de Prometida (Canãa), por volta de 2000 a.C. e 1500 a.C, em uma época em que os caldeus já haviam sidos assimilados pela mais antiga civilização Mesopotâmica, os Sumérios, logo, não é nenhum absurdo admitir que há uma influência suméria na religiosidade contemporânea (e posterior) desse patriarca. Partindo dessa afirmação determinadas similaridades entre as mitologias monoteístas e a mitologia suméria são percebidas, como a criação do homem pelo barro, a humanização dos Deuses e Deus, o dilúvio e uma figura bem similar à de Noé, o que por si já torna uma cultura de 5000 anos presente indiretamente na consciência coletiva contemporânea. Quando se trata de moral, os povos que adotaram alguma das três religiões monoteístas basearam seu código de conduta com os que é ensinado pelos profetas ou pelo próprio Deus, e na religião suméria não era tão diferente. As pessoas tinham uma noção de que quem faz o bem iria ser recompensado na vida pós morte, havia uma busca pela virtude, e quem o não o fizesse seria castigado pelos deuses na medida do mal que causou. E pensando em sofrimento, os sumérios viam as doenças como causa demoníaca o que também aproxima da relação de muitas doutrinas atuais nessas sociedades religiosas, afinal o exorcismo ainda é uma prática e doenças psicológicas, como depressão, ainda são entendidas como uma opressão demoníaca. Ao fazer um paralelo entre esta civilização e a sociedade brasileira moderna, dita como maioritariamente cristã tendo sua moral e os costumes baseados principalmente no catolicismo, nota-se semelhanças, como um ser divino que cuida das cidades, na Suméria tendo a disposição uma variedade de 3600 deuses, as cidades-Estados podiam escolher a quem homenagear, fazer sacrificar, suas preces e devotar, em determinados casos, exclusivamente seu culto, mesmo sabendo da existência de outros deuses. Nas cidades brasileiras existe o hábito de eleger um santo protetor, padroeiro que também roga pelos habitantes, não é regra se devotar a ele, por exemplo: São Sebastião é o santo padroeiro do Rio de Janeiro, contudo por vários fatores São Jorge também possui uma grande festa em sua homenagem e devotos próprios. Assim como o homem é a imagem e semelhança de Deus, ou o contrário, os Deuses eram a imagem e semelhança do ser humano sumério, sendo eles imperfeitos, tendo sentimentos e vontades próximas a dos mortais. Isso era de extrema importância ao refletir no papel do governante que poderia não ser um deus, mas tinha a divindade refletida nele e em determinados períodos as funções religiosas também fazia parte, o que posteriormente mudou. Já no mundo atual existe as figuras do Papa (cristianismo) e do Imã (dependendo da corrente islâmica) vistos como líderes de Estado e religiosos, que não são seres divinos, mas não se afastam dessa concepção de um ser com uma conexão divina diferenciada dos outros. BOTTERO, Jean. No começo eram os deuses. São Paulo: Civilização Brasileira, 2011. MacArthur, John. Bíblia de Estudo. Baueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil,2010.
Maria Manuela Vitoria Fonseca Lourenço / 201810165411
Coincidência ou pura apropriação de antigos mitos?
ResponderExcluirA busca do ser humano para explicar sua existência nos intriga há milênios, e possivelmente motivado por nossa vaidade fica mais fácil aceitar que somos frutos de divindades, logo, seres perfeitos frutod de algo que habita o plano divino. No mundo das ideias existe um ser perfeito que em sua infinita benevolência nos criou com sua imagem e semelhança. Passados milênios ainda não temos a clareza em compreender que é da vida real, dos acontecimentos históricos, da vida objetiva que extrapolamos para a subjetividade e para o mundo das ideias.
É interessante ressaltar que os soberanos não eram considerados divinos na mesma proporção quando comparados, por exemplo, com os egípcios. Todavia, estes apresentavam-se como o reflexo dos deuses e que como herança destas civilizações antigas ainda nos dias de hoje temos a religião como ferramenta de opressão e controle social.
Na Mesopotâmia a quantidade de Deuses, um panteão de 3600 deuses que representam coisas da vida real, é surpreendente, talvez pela falta de conhecimento e a necessidade de explicar fenômenos naturais, até então inexplicáveis, as explicações vem por meio dos desejos e anseios das divindades. Características como a bondade, perdão além da maldade e punição estão presentes nos deuses e seus desejos e vontades eram manifestos por meio das forças da natureza. Demônios e espíritos também tinham suas atribuições, eram mensageiros das mazelas e desgraças.
As cidades eram apadrinhadas por deuses fato este que nos mostra como estes costumes transcende o tempo e a história, podemos verificar que contemporaneamente esta tradição ainda se mantém viva e presente na nossa realidade com nossas cidades e seus padroeiros. Nas cidades poderiam haver vários templos, que eram a residência da sua respectiva divindade, mas em geral apenas uma era elencada como patrono e recebia atenção especial. Peculiarmente chama-nos a atenção o fato de como deuses de menor relevância “trabalham” para os mais importantes, demostrando que até na esfera divina existem estratos e divisão social do trabalho.
O ócio de sacerdote em princípio era feito pelo governador da cidade e com o tempo surge a necessidade de que pessoas especializadas tomem conta dos cultos, e neste contexto é claro a divisão social da mesma forma que as divindades. Apenas pessoas oriundas de boas famílias tinham condições de ascender a tal posição. Além da divisão de "classe" existe a divisão de gêneros, mesmo que em dados momentos mulheres ocupem posições masculinas o padrão é a dicotomia. Dentro do sacerdócio existia as divisões de tarefas e os sacerdotes e sacerdotisas eram responsáveis pelo cuidado dos templos e de todas as atribuições e rituais pertinentes.
A festa eram em certo ponto um evento para exercício da democracia, onde os direitos dos superiores eram suspensos além da suspensão de qualquer tipo de punição aos trabalhadores, era um momento de celebração à colheita. Cada cidade tinha sua forma de festejar seu padroeiro e suas divindades.
Ao analisarmos este texto fica claro como características de uma sociedade que viveu 3000 anos antes de Cristo ainda são presentes e fazer parte na nossa realidade, 5000 anos de diferença e alguns costumes continuam sendo tão atuais. Isto nos mostras que a construção de todas as sociedades, umas mais e outras menos, tem seu fulcro nas sociedades antigas e ratifica a importância do estudo historiográfico das antigas sociedades para entendermos a atual e todas as implicações que causaremos nas futuras.
Francisco Severo - Antiguidade Oriental - 201820481314
Francisco,
Excluirjustamente isso que você comenta no final que buscamos nesse curso: o que há de atual? Isso se manifesta hoje, como?
E lembre que precisa indicar uma referência bibliográfica de suporte. ;)
abraço
André profe
Coincidência ou pura apropriação de antigos mitos?
ResponderExcluirA busca do ser humano para explicar sua existência nos intriga há milênios, e possivelmente motivado por nossa vaidade fica mais fácil aceitar que somos frutos de divindades, logo, seres perfeitos frutos de algo que habita o plano divino. No mundo das ideias existe um ser perfeito que em sua infinita benevolência nos criou com sua imagem e semelhança. Passados milênios ainda não temos a clareza em compreender que é da vida real, dos acontecimentos históricos, da vida objetiva que extrapolamos para a subjetividade e para o mundo das ideias.
É interessante ressaltar que os soberanos não eram considerados divinos na mesma proporção quando comparados, por exemplo, com os egípcios. Todavia, estes apresentavam-se como o reflexo dos deuses e que como herança destas civilizações antigas ainda nos dias de hoje temos a religião como ferramenta de opressão e controle social.
Na Mesopotâmia a quantidade de Deuses, um panteão de 3600 deuses, representam coisas da vida real e do cotidiano humano. Fato este que nos leva a refletir que talvez a falta de conhecimento científico dos fenômenos naturais os levaram a atribuir tais aos comportamentos e aptidões as divindades. A própria organização do mundo tem seu fulcro nas divindades “Neste processo de arrumação do mundo, mais do que de criação, Marduk estabeleceu as moradas dos deuses, seus pares, e organizou as estrelas emconstelações. As estrelas constituíam as imagens dos deuses.” (CARAMELO, 2006, p. 78).
As cidades eram apadrinhadas por deuses fato este que nos mostra como estes costumes transcende o tempo e a história, podemos verificar que contemporaneamente esta tradição ainda se mantém viva e presente na nossa realidade com nossas cidades e seus padroeiros. Nas cidades poderiam haver vários templos, que eram a residência da sua respectiva divindade, mas em geral apenas uma era elencada como patrono e recebia atenção especial. Peculiarmente chama-nos a atenção o fato de como deuses de menor relevância “trabalham” para os mais importantes, demostrando que até na esfera divina existem estratos e divisão social do trabalho.
O ócio de sacerdote em princípio era feito pelo governador da cidade e com o tempo surge a necessidade de que pessoas especializadas tomem conta dos cultos, e neste contexto é claro a divisão social da mesma forma que as divindades. Apenas pessoas oriundas de boas famílias tinham condições de ascender a tal posição. Além da divisão de "classe" existe a divisão de gêneros, mesmo que em dados momentos mulheres ocupem posições masculinas o padrão é a dicotomia. Dentro do sacerdócio existia as divisões de tarefas e os sacerdotes e sacerdotisas eram responsáveis pelo cuidado dos templos e de todas as atribuições e rituais pertinentes.
A festa eram em certo ponto um evento para exercício da democracia, onde os direitos dos superiores eram suspensos além da suspensão de qualquer tipo de punição aos trabalhadores, era um momento de celebração à colheita. Cada cidade tinha sua forma de festejar seu padroeiro e suas divindades.
Ao analisarmos este texto fica claro como características de uma sociedade que viveu 3000 anos antes de Cristo ainda são presentes e fazer parte na nossa realidade, 5000 anos de diferença e alguns costumes continuam sendo tão atuais, como exemplo podemos citar a cidade do Rio de Janeiro na qual a data de celebração de seu “padrinho”, São Sebastião, tem mais significância que a própria data de fundação da cidade . Isto nos mostra que a construção de todas as sociedades, umas mais e outras menos, tem seu fulcro nas sociedades antigas e ratifica a importância do estudo historiográfico das antigas sociedades para entendermos a atual e todas as implicações que causaremos nas futuras.
Referência
Francisco Caramelo, « Os calendários mesopotâmicos, o culto e as hemerologias », Cultura, Vol. 23 | 2006, 77-88.
Francisco Severo - Antiguidade Oriental - 201820481314
Partindo do conhecimento que as maiores religiões modernas monoteístas possuem uma fonte comum baseadas na experiência e narrativa de Abraão que sai de Ur por orientação divina, como a passagem em Gênesis 15:7 “ Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te esta terra” explica, para Terra de Prometida (Canãa), por volta de 2000 a.C. e 1500 a.C, em uma época em que os caldeus já haviam sidos assimilados pela mais antiga civilização Mesopotâmica, os Sumérios, logo, não é nenhum absurdo admitir que há uma influência suméria na religiosidade contemporânea (e posterior) desse patriarca. Partindo dessa afirmação determinadas similaridades entre as mitologias monoteístas e a mitologia suméria são percebidas, como a criação do homem pelo barro, a humanização dos Deuses e Deus, o dilúvio e uma figura bem similar à de Noé, o que por si já torna uma cultura de 5000 anos presente indiretamente na consciência coletiva contemporânea.
ResponderExcluirQuando se trata de moral, os povos que adotaram alguma das três religiões monoteístas basearam seu código de conduta com os que é ensinado pelos profetas ou pelo próprio Deus, e na religião suméria não era tão diferente. As pessoas tinham uma noção de que quem faz o bem iria ser recompensado na vida pós morte, havia uma busca pela virtude, e quem o não o fizesse seria castigado pelos deuses na medida do mal que causou. E pensando em sofrimento, os sumérios viam as doenças como causa demoníaca o que também aproxima da relação de muitas doutrinas atuais nessas sociedades religiosas, afinal o exorcismo ainda é uma prática e doenças psicológicas, como depressão, ainda são entendidas como uma opressão demoníaca.
Ao fazer um paralelo entre esta civilização e a sociedade brasileira moderna, dita como maioritariamente cristã tendo sua moral e os costumes baseados principalmente no catolicismo, nota-se semelhanças, como um ser divino que cuida das cidades, na Suméria tendo a disposição uma variedade de 3600 deuses, as cidades-Estados podiam escolher a quem homenagear, fazer sacrificar, suas preces e devotar, em determinados casos, exclusivamente seu culto, mesmo sabendo da existência de outros deuses. Nas cidades brasileiras existe o hábito de eleger um santo protetor, padroeiro que também roga pelos habitantes, não é regra se devotar a ele, por exemplo: São Sebastião é o santo padroeiro do Rio de Janeiro, contudo por vários fatores São Jorge também possui uma grande festa em sua homenagem e devotos próprios.
Assim como o homem é a imagem e semelhança de Deus, ou o contrário, os Deuses eram a imagem e semelhança do ser humano sumério, sendo eles imperfeitos, tendo sentimentos e vontades próximas a dos mortais. Isso era de extrema importância ao refletir no papel do governante que poderia não ser um deus, mas tinha a divindade refletida nele e em determinados períodos as funções religiosas também fazia parte, o que posteriormente mudou. Já no mundo atual existe as figuras do Papa (cristianismo) e do Imã (dependendo da corrente islâmica) vistos como líderes de Estado e religiosos, que não são seres divinos, mas não se afastam dessa concepção de um ser com uma conexão divina diferenciada dos outros.
BOTTERO, Jean. No começo eram os deuses. São Paulo: Civilização Brasileira, 2011.
MacArthur, John. Bíblia de Estudo. Baueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil,2010.
Maria Manuela Vitoria Fonseca Lourenço / 201810165411